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Há 25 anos na defesa e promoção dos direitos das mulheres

Mural em homenagem à Promotora Legal Popular Jane Beatriz é inaugurado em Porto Alegre

Foi inaugurado, no dia 23 de outubro, o mural em homenagem à Promotora Legal Popular Jane Beatriz da Silva Nunes, criado pelo artista visual Felipe Harp, no Instituto Preta Velha, na zona sul de Porto Alegre. A obra integra uma campanha conjunta da Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos e do Instituto Caminho, que reivindica justiça e reparação no caso da ativista, morta em 2020 durante uma operação da Brigada Militar.

A homenagem reafirma o legado de Jane, mulher negra, servidora pública, mãe, avó e liderança comunitária, cuja trajetória inspirou a luta por direitos nas periferias de Porto Alegre. Formada como promotora legal popular (PLP) pela Themis, Jane dedicou sua vida à defesa de mulheres e famílias da comunidade da Grande Cruzeiro.

“É importante falar sobre a Jane como uma defensora de direitos humanos. Nós nos preocupamos como essas mulheres, que são lideranças comunitárias e defensoras de direitos humanos são tratadas no nosso país, principalmente em um cenário de recrudescimento de políticas públicas voltadas a elas”, afirmou a coordenadora da área de Enfrentamento às Violências da Themis, Rafaela Caporal.

A inauguração contou com a presença de familiares, amigas, lideranças comunitárias e integrantes da rede de promotoras legais populares. O evento, aberto ao público, reuniu a comunidade em um momento de memória coletiva e reafirmação de luta.

“Minha mãe sempre se preocupou com todos, sempre colocava o bem dos outros em primeiro lugar. Isso deixa uma lição de que as mulheres também olhem para si, que se cuidem e se preservem. Ela nos ensinou o valor da solidariedade, mas deixou também uma lição profunda: ninguém deve esquecer de si mesma”, Ederson da Silva Nunes, filho de Jane.

Com o mural, a Themis e o Instituto Caminho deram mais um passo na campanha permanente por justiça e reparação no caso Jane. Na qualidade de assistente de acusação, as organizações irão recorrer da decisão de não levar a júri popular os oito policiais militares que participaram da ação ilegal na casa de Jane e reivindicar que o sejam analisadas as provas, que entendem suficientes para a responsabilização no Tribunal de Júri dos agentes do Estado pelo ocorrido.

Desde o dia da morte de Jane, a Themis tem exigido justiça e transparência nas investigações, reafirmando o compromisso de lutar para que casos como o dela não fiquem sem resposta. “Reforçamos a importância de que processos dessa natureza sejam conduzidos com rigor, sensibilidade e escuta às famílias, de modo a fortalecer a confiança nas instituições e a promoção dos direitos humanos”, afirma a diretora do Instituto Caminho, Eduarda Garcia.


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