Diálogo global pela justiça climática marca evento na COP30 em Belém
Lideranças internacionais, representantes de governos e especialistas em direitos humanos e meio ambiente participaram do evento “A Hora é Agora: Direitos Humanos e Obrigações dos Estados na Ação Climática”, realizado na última terça-feira (12/11) durante a COP30 Amazônia, em Belém.
O encontro foi organizado pela conselheira diretora da Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, Denise Dora, que atua como Enviada Especial para Direitos Humanos e Transição Justa na COP30. O objetivo foi ampliar o debate sobre as responsabilidades dos Estados diante da crise climática, à luz dos pareceres recentes da Corte Internacional de Justiça (CIJ) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). A atividade reforçou o papel do direito internacional na construção de políticas ambientais justas e centradas na proteção das pessoas e do planeta.
O painel reuniu nomes de destaque no cenário global da justiça climática. Entre os participantes estiveram Jule Schnakenberg, diretora da World’s Youth for Climate Justice (WYCJ), organização que levou a questão climática à CIJ; Johanna Gusman, advogada sênior do Center for International Environmental Law (CIEL), que assessorou governos do Pacífico na elaboração do parecer sobre obrigações climáticas dos Estados; e Eloy Amado, indígena do povo Terena e advogado com atuação na defesa dos direitos dos povos indígenas em instâncias nacionais e internacionais.
Também participaram o ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Corregedor Nacional de Justiça (CNJ), reconhecido pela defesa da integridade judicial e da transparência; Carlon Knight, Climate Policy Advisor na Climate Analytics Caribbean e assessor da AOSIS para Transição Justa; e Ilze Brands Kehris, Secretária-Geral Assistente da ONU para Direitos Humanos e chefe do Escritório de Direitos Humanos da ONU em Nova York, especialista em ciência política e direitos das minorias.
Durante as discussões, os participantes destacaram a urgência de integrar direitos humanos, direito internacional e ação climática, ressaltando que a emergência climática não é apenas um desafio ambiental, mas também uma questão de justiça social e equidade global.
O evento encerrou-se com um chamado à ação coletiva e à cooperação entre governos, sociedade civil e comunidades locais para fortalecer compromissos de transição justa, proteção ambiental e garantia de direitos humanos.
A realização do painel marcou um dos momentos mais significativos da programação paralela da COP30, reafirmando o protagonismo do Brasil e da região amazônica na agenda internacional da justiça climática.