O 13º Congresso Nacional das Trabalhadoras Domésticas – Luiza Batista, promovido pela Federação Nacional de Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD) e pelo Conselho Nacional das Trabalhadoras Domésticas (CNTD), reuniu cerca de 200 trabalhadoras domésticas, entre lideranças e participantes de distintas regiões do país. O encontro realizado em Luziânia-GO entre 19 e 24 de agosto teve como objetivo fortalecer a luta por direitos, reparação histórica e valorização do trabalho doméstico remunerado, além da definição do Plano de Lutas da organização (2025-2030).

A Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos foi uma das apoiadoras do congresso e enviou três representantes: a coordenadora da área de trabalho doméstico remunerado, Alejandra Gavilanes, e as trabalhadoras domésticas Katisleine Escobar Assunção e Susana Faller Vieira. A presença da Themis reafirma o compromisso da organização em promover justiça e dignidade para a categoria, que historicamente enfrenta desigualdades e violações de direitos. Alejandra Gavilanes participou do Grupo de Trabalho sobre prevenção e combate  à violência,  somando esforços para enriquecer o debate e os conteúdos programáticos do Plano de Lutas da Fenatrad.

O evento contou com presenças de destaque, como Delaíde Arantes, ministra do Tribunal Superior do Trabalho, e Amanda Corsino, secretária Nacional de Mulheres da CUT, que reforçaram a importância do reconhecimento político e institucional da categoria. Durante a programação, houve ainda importantes avanços legislativos, como a aprovação na Comissão da Mulher da Câmara do PL 3351/2024 – Lei Sônia Maria de Jesus, que impede que trabalhadoras domésticas resgatadas de situações de trabalho escravo sejam obrigadas a retornar aos lares onde foram exploradas.

A FenatradD também recebeu uma moção de louvor da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, em homenagem à sua trajetória de resistência e contribuição fundamental na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas no país.

Com atividades internas de atualização estatutária e mobilizações políticas em Brasília, o congresso consolidou conquistas e reafirmou que trabalho doméstico é trabalho com direitos, respeito e dignidade.

DEPOIMENTOS:

“Foi minha primeira participação em um congresso de trabalhadoras domésticas. Foi importante para adquirir informação e ter acesso às propostas que foram levadas para a Câmara dos Deputados. Para mim, que não tinha conhecimento do funcionamento dos sindicatos e da Fenatrad, foi um aprendizado rico. Também percebi que temos o desafio de aumentar a representatividade das trabalhadoras domésticas aqui do Sul, especialmente de Porto Alegre”
Susana Faller, trabalhadora doméstica de Porto Alegre


“A Fenatrad cumpriu sua missão de aproximar as trabalhadoras domésticas na prática, nos informar e nos respaldar sobre nossas leis e direitos. Pude ver trabalhadoras domésticas falando sobre suas lutas e desafios. Onde ir, como fazer, onde denunciar. Minha mãe viveu 84 anos e desde os nove anos foi trabalhadora doméstica. Nunca teve nenhum direito assegurado. A luta da Fenatrad é para que tenhamos cada vez mais direitos assegurados.