Conferência Livre aponta caminhos para justiça climática, direitos humanos, violência de gênero e racismo ambiental em Porto Alegre
Porto Alegre recebeu, na última sexta-feira (10/10), a Conferência Livre “Justiça Climática e Direitos Humanos: Violência de Gênero, Racismo Ambiental e Saúde Mental”, etapa preparatória da VIII Conferência Estadual de Direitos Humanos do RS. O encontro ocorreu no Instituto de Psicologia, Serviço Social, Saúde e Comunicação Humana da UFRGS.
Realizada pela Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, Centro de Proteção e Acolhimento a Mulheres (Cepam), Clínica Feminista Antirracista Interseccional (CliFAI) e Instituto Caminho, a Conferência Livre reuniu sociedade civil, movimentos sociais e organizações em torno da construção coletiva de propostas para a promoção da dignidade humana e o fortalecimento da democracia.
“É simbólico estarmos reunidas no Dia da Saúde Mental para discutir pautas fundamentais e construir propostas que reforcem nosso compromisso coletivo com uma sociedade mais justa e acolhedora”, comentou Marina Pombo, integrante do Cepam.
A atividade integrou o processo preparatório da VIII Conferência Estadual de Direitos Humanos, organizada pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos do RS (CEDH-RS), que ocorrerá nos dias 24 e 25 de outubro de 2025, em Porto Alegre, e que terá como tema central “Desafios para a promoção e garantia dos direitos humanos no Rio Grande do Sul: consolidar a democracia, resistir aos retrocessos e avançar na garantia de direitos para todas as pessoas.”
“Foi inspirador ver essas mulheres, lideranças comunitárias profundamente enraizadas em seus territórios, reunidas construindo, em tempo recorde, um debate rico, que reflete as necessidades reais e aponta caminhos para políticas públicas voltadas ao enfrentamento da onda de feminicídios, ao aumento da violência contra as mulheres e à ampliação dos direitos de mulheres e meninas. Impressiona a capacidade de pensar ações, articular programas e propor soluções”, destacou a coordenadora da Clifai e conselheira diretora da Themis, Simone Paulon.
Em um contexto de retrocessos e crescentes violações, a Conferência Livre reforçou o papel da sociedade civil na defesa dos direitos humanos e na busca por justiça climática, igualdade e inclusão. “A Conferência foi um espaço essencial para reafirmarmos que todas as pessoas são sujeitos de direitos, com igual dignidade, e para construirmos coletivamente alternativas em defesa da democracia e de um futuro mais justo e sustentável”, afirmou a diretora-executiva da Themis, Márcia Soares.
A diretora do Instituto Caminho, Eduarda Garcia, destacou a organização em rede das organizações realizadoras da Conferência Livre. “Isso reflete o trabalho cotidiano que temos nas comunidades e que hoje se combina para que criemos um espaço autônomo que vá além das denúncias e pense propostas que dialoguem com as demais conferências livres de direitos humanos. A interseccionalidade dos temas, pensar o racismo ambiental, a justiça climática, a violência de gênero e a saúde mental como parte de uma dinâmica que interage entre si, para que possamos dialogar sobre temas compelexos”, completou Eduarda.
Temas e eixos de debate
A Conferência Livre dialogou com os seguintes eixos da etapa estadual:
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Eixo I – Direitos Humanos e o Enfrentamento das Violações e Retrocessos
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Eixo III – Direitos Humanos, Igualdade e Justiça Social
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Eixo IV – Direitos Humanos, Justiça Climática, Meio Ambiente e Direitos Humanos
Entre os principais temas debatidos, estiveram:
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Combate à violência contra grupos vulnerabilizados (mulheres, crianças, adolescentes, idosos, pessoas LGBTQIAPN+, pessoas negras, povos indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência);
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Enfrentamento ao racismo e a todas as formas de discriminação;
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Enfrentamento à violência de gênero;
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Garantia de acesso universal à saúde;
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Enfrentamento às mudanças climáticas, ao racismo ambiental e proteção de deslocados/as climáticos/as.