Uma noite de celebração, homenagens e renovação do compromisso com a luta pelos direitos humanos das mulheres marcou a comemoração de 30 anos da Themis. A festa, realizada no Agulha Bar na noite da última-sexta-feira, reuniu desde feministas que estiveram nas primeiras reuniões da organização até colaboradoras mais recentes, além de dezenas de Promotoras Legais Populares e Jovens Multiplicadoras de Cidadania.

A rapper Negra Jaque abriu a cerimônia lembrando da importância da ação da Themis para a construção de um mundo no qual as mulheres sejam protagonistas de seus direitos e vivam livres de violência, expandindo programas de empoderamento legal e defesa de direitos.

As fundadoras da organização, Denise Dora e Márcia Soares, entregaram uma homenagem a onze feministas que contribuíram para a trajetória de três décadas da Themis. “Uma das coisas que eu aprendi na vida é que as ideias são ótimas, mas elas são boas mesmo quando elas são postas em prática. Elas foram postas em prática nestes últimos 30 anos pelas mãos de muitas mulheres”, disse Denise.

Em seguida, subiram ao palco Branca Alves Moreira, Cláudia Prates, Wine Silva (que representou sua mãe, Ernestina Pereira), Esther Grossi, Fabiana Pagel da Silva, Márcia Medeiros de Faria, Marilinda Marques, Salma Vilaverde, Simone Cruz, Simone Paulon e Telia Negrão. Foi um dos momentos mais emocionantes da festa, uma vez que as homenageadas relataram, brevemente, a ligação com a Themis e histórias que permearam a troca de saberes.

Houve, também, gritos de “Jane presente”, uma forma de lembrar da Promotora Legal Popular (PLP) Jane Beatriz da Silva Nunes, morta durante uma ação ilegal da Brigada Militar (BM) na porta de sua casa, na Vila Cruzeiro, em 8 de dezembro de 2020.

Em seguida, a equipe de trabalho também homenageou PLPs, Trabalhadoras Domésticas (TDs) e Jovens Multiplicadoras de Cidadania (JMCs) com uma medalha que referencia os 30 anos da organização feminista e antirracista. Na sequência houve o brinde coletivo, e o Bloco das Pretas colocou os convidados para sambar.

A festa no Agulha encerrou um intenso calendário de atividades que teve início com uma ação no trensurb em 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, e teve continuidade com palestras, rodas de conversa e seminários relacionados aos direitos das mulheres.