A Themis participou de reunião com a Diretora de programas e projetos para Mulheres na Reconstrução do RS, Ana Affonso. No encontro, no último dia 13 de agosto, foi apresentada a experiência das organizações da sociedade civil durante as enchentes e o relato das Rondas de Direitos Humanos realizadas em abrigos da Capital. A partir dessas informações, dialogou-se sobre os programas de governo para as mulheres e as estratégias de incidência da sociedade civil na reconstrução do Estado após a tragédia climática vivida nos últimos meses.

“Qualquer proposta ou projeto de reconstrução do Estado deve considerar o olhar da sociedade civil. Nós sabemos o que está funcionando ou não nas comunidades. Precisamos garantir que as mulheres não sejam afetadas novamente”, afirmou a diretora-executiva da Themis, Márcia Soares.

A diretora Ana Affonso comentou sobre a expectativa de contar com o apoio da organização para a elaboração de um plano de ação voltado às mulheres: “estamos em um momento de dimensionar esse feito para as mulheres e construir um plano de trabalho para executar com as mulheres. A Themis tem capacidade de elaboração, pesquisa e acompanhamento que esperamos contar neste momento”.

Nas próximas semanas, a Themis desenvolverá um documento com sugestões e propostas voltadas às mulheres afetadas pela tragédia climática para apresentar ao Ministério da Reconstrução do RS.

Por meio de seu Programa de Ajuda Humanitária, a Themis mapeou a situação de sua rede organizada de PLPs, Jovens Multiplicadoras de Cidadania (JMCs), trabalhadoras domésticas remuneradas (TDs) e mulheres em situação de violência afetadas pela tragédia climática. A organização forneceu alimentação, itens de higiene e acesso à água a essas mulheres, além de organizar um fundo para reconstrução de suas moradias. 

Além da Themis, participaram da reunião as representantes da Associação de Promotoras Legais Populares (PLPs) do Rio Grande o Sul, do Conselho Estadual de Direitos Humanos, da Clínica Feminista Interseccional (Clifai) e do Coletivo Femino Plural.

O Ministério da Reconstrução do RS foi criado após a tragédia climática vivida pelo Estado devido às enchentes provocadas por fortes chuvas que atingiram 463 cidades, deixando 182 mortos, 88 desaparecidos e quase 600 mil desalojados. O objetivo é dar centralidade às múltiplas iniciativas do governo federal e integrar a ação dos 17 ministérios conectados à recuperação do Estado.