Há 25 anos na defesa e promoção dos direitos das mulheres

Práticas de cidadania no Dia da Consciência Negra: confira como foi a ação na Cruzeiro

Crédito: Janaína Kalsing, Themis

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, além de reconhecer a luta de Zumbi dos Palmares e seus companheiros no quilombo, é fundamental para evidenciar as desigualdades e violências contra a população negra ainda existentes em nossa sociedade. É uma data que proporciona a reflexão sobre o racismo e as suas implicações na atualidade. 

Em Porto Alegre, a data foi celebrada no sábado (20) com o objetivo, também, de garantir direitos. Pensando nos seus direitos, a moradora Marilda da Mercedes, 65 anos, saiu de casa, na zona sul da Capital, em direção à Cruzeiro para confeccionar o documento de identidade. “Para tudo a gente precisa ter a carteira, então, fazia muita falta”, conta a aposentada.  

Marilda da Mercedes, 65 anos, saiu de casa, na zona sul da Capital, em direção à Cruzeiro para confeccionar o documento de identidade. Crédito: Janaína Kalsing, Themis

 

A confecção da identidade foi apenas um entre os vários serviços ofertados pela campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher. O evento comunitário, intitulado Ação Integrada pelos Direitos das Mulheres, é uma iniciativa da Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, em realização conjunta com a Secretaria da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social (SICDHAS) e o Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher do Estado do Rio Grande do Sul – EmFrente, Mulher. O colegiado é composto por secretarias e órgãos vinculados ao governo do Estado, Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Assembleia Legislativa, prefeitura de Porto Alegre e representantes da sociedade civil. Também integraram a iniciativa do sábado a Associação de Mulheres Solidárias da Grande Cruzeiro (ASMUSSOL) e a União de Vilas da Grande Cruzeiro.

A ação ofereceu, ainda, aos moradores informações e orientações sobre os direitos da mulher, da criança e do adolescente, além de instruções sobre como dar entrada com pedido de medicamentos, DNA, pensão alimentícia, regularização de visitas, divórcio e demais questões que envolvem a Lei Maria da Penha.

Uma das pessoas que foi em busca de informações disponíveis a poucas quadras de casa foi a atendente de farmácia Barbara Farias, 34 anos. A moradora da Cruzeiro aproveitou o ônibus com atendentes da defensoria pública para tirar dúvidas sobre pensão alimentícia e divisão de bens. “É tão bom ter este tipo de atendimento perto de casa. Fui super bem orientada”, conta. 

Com uma pasta de documentos em mãos, Evelyn Acácia Abreu, 30 anos, saiu de casa para buscar mais informações sobre seus direitos e das três filhas. Separada do companheiro, precisava entender como encaminhar o direito de pensão alimentícia das meninas. “Somos muito desamparados, várias informações não chegam até nós. Então, é muito importante ter esse tipo de serviço perto de nós”, afirma a moradora, que também sugere, nas próximas edições, a oferta de serviços odontológicos.

Serviços como os ofertados a Marilda, Barbara e Evelyn agora serão disponíveis em outra duas regiões da cidade: no dia 27/11, na Restinga, e no dia 03/12, no Eixo Baltazar. Todos os serviços serão oferecidos gratuitamente por Poder Judiciário, Defensoria Pública, Ministério Público, Instituto-Geral de Perícias, Ônibus Lilás (DPM/SICDHAS), Centro Estadual de Referência da Mulher Vânia Araújo, Centro de Referência de Atendimento à Mulher Márcia Calixto – CRAM Porto Alegre, Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa, Brigada Militar e Polícia Civil, com apoio da Faculdade Estácio do Rio Grande do Sul. Estarão presentes também as Promotoras Legais Populares  (PLPs) da região.


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