Há exatamente 30 anos, em 1994, a cineasta Ana Azevedo, sócia e conselheira-diretora da Themis, lançava o documentário “Ventre Livre”, sobre direitos reprodutivos. Ana fez o filme com a convicção de que era preciso avançar na discussão em relação ao aborto, falando de saúde pública, educação sexual nas escolas, de quem era o direito de decidir e, principalmente, se a mulher que optasse pela interrupção de uma gravidez indesejada (muitas vezes resultado de um abuso sexual ou estupro) deveria ou não ser criminalizada.

Apesar de completar 30 anos, o documentário segue atual e necessário, sobretudo no momento em que a proposta do PL 1904 define que a mulher (ou menina) que interromper uma gravidez com mais de 22 semanas, mesmo provocada por estupro, deverá ser criminalizada, e com uma pena maior do que o próprio estuprador.

“Diferente do que acreditávamos, a discussão andou pra trás. Ainda hoje, se essa pergunta for feita, 60% da sociedade brasileira acha que a mulher que opta por abortar não deve ser criminalizada, mas o congresso nacional composto na grande maioria por homens (alguns deles abusadores) decidiu, com votação secreta, que o PL 1904-24 deveria entrar em votação com urgência”, reflete Ana Azevedo, que é sócia da Casa de Cinema de Porto Alegre.

O filme é uma produção da Casa de Cinema de Porto Alegre e pode ser assistido neste link.