Há 25 anos na defesa e promoção dos direitos das mulheres

Themis participa de seminário sobre crise climática e justiça ambiental

Quatro meses após o maior desastre climático do Rio Grande do Sul, o Encontro Nacional de Ouvidorias de Defensorias Públicas realizou em Porto Alegre o seminário “Crise Climática e Justiça Ambiental: o papel das Defensorias Públicas na Prevenção e Reparação”.

A Themis foi uma das organizações convidadas a compartilhar experiências e apontar alternativas de enfrentamento à crise climática. Em sua fala, a diretora executiva da organização, Márcia Soares, lembrou que desastres como o que se abateu sobre o Rio Grande do Sul afetam a população de maneira desproporcional. “A resposta do poder público não é a mesma para as mais diversas populações envolvidas. É preciso pensar o desastre à luz dos recortes de discriminadores sociais de gênero, raça e classe”, afirmou a advogada.

Márcia também explicou que as mulheres estão mais vulneráveis a esse tipo de desastre. “Dados da ONU  apontam que 85% da população em deslocamento forçado devido a guerras e grandes desastres é formada por mulheres e crianças. Isso ocorre porque as mulheres ficam sujeitas à violação de seus corpos e porque exercem uma tarefa histórica do trabalho de cuidado, que é o trabalho com as crianças, com os animais, com o sustento da casa”, explicou a diretora executiva.

De acordo com Márcia, quando as mulheres foram levadas aos abrigos, os agressores também foram. Por isso, com uma semana de funcionamento dos alojamentos, a Themis começou a receber as primeiras denúncias de violência sexual nesses espaços. Com a ausência de serviços essenciais e a falta de informação e despreparo do poder público, a mitigação da crise ficou a cargo da sociedade civil e de lideranças comunitárias, como as Promotoras Legais Populares (PLPs) formadas pela Themis. 

Além da Themis, participaram do encontro representantes do Nuances: Grupo pela Livre Expressão Sexual, Hack Basilone, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, Alvaro Delatorre, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Cristiano Schumacher, e do Conselho do Povo de Terreiro do Estado do RS, Baba Diba de Iyemanja.


Veja outras notícias

.