PLP de Canoas participa de aula do curso Mulheres Multiplicadoras da Cidadania, em Cabo Verde
Somar conhecimentos e experiências entre mulheres do sul global é um dos objetivos do 1º curso Mulheres Multiplicadoras da Cidadania, desenvolvido em Cabo Verde pela Themis e pela Associação Cabo-verdiana de Luta Contra a Violência de Gênero, com financiamento da Fundação Womanity.
Um dos pontos altos deste compartilhamento de experiências entre as diferentes nacionalidades ocorreu no dia 2 de setembro. A Promotora Legal Popular (PLP) Rosângela Brochado Jesus, de Canoas, viajou ao país africano para contar como é ser uma PLP no Brasil. Afinal, o curso de Cabo Verde segue a metodologia da formação de PLPs criada pela Themis no Brasil.
“Contei a elas como esta formação traz para a gente uma grande possibilidade de mudança dos nossos padrões, baseados no patriarcado e na cultura do machismo. É a chance de olharmos para nós mesmas e começar a entender alguns processos para, assim, desconstruí-los. Isso mexe com a gente individualmente, mas é também uma oportunidade de transformação coletiva. Ao longo do curso, vamos nos fortalecendo para nos abrirmos para o novo”, conta a PLP.
A ativista se surpreendeu com a curiosidade das alunas de Cabo Verde sobre a atuação das PLPs no Brasil. Ela explicou às mulheres cabo verdianas sobre a rede formada pelas ativistas e o trabalho durante a pandemia, quando as PLPs de Canoas atuaram no monitoramento das medidas protetivas a mulheres em situação de violência. A ação fez parte de uma parceria da Themis com a Vara da Violência Doméstica de Família de Canoas e a UniRitter.
“É importante que elas possam se apropriar da metodologia da formação, entender o seu papel e os passos para ter um resultado positivo lá na frente. Para nós, o que é determinante é a nossa escuta, silenciosa e sem julgamentos. É uma escuta que vai acolher e mostrar para essa mulher que ela não está sozinha e que estamos ali para auxiliá-la e ajudá-las a acessar a justiça, encaminhá-la conforme as suas necessidades”, diz Rosângela.
A experiência emocionou a ativista brasileira e as alunas. “Elas são mulheres de muita luta, força e fé, orgulhosas de serem cabo verdianas. Me senti muito à vontade de compartilhar essa experiência e ver que havia na turma enfermeiras, professoras, assessoras parlamentares, deputadas, assistentes sociais, psicólogas, líderes de associações”. Veja, no vídeo, um pequeno vídeo do encerramento da atividade.