Jovens Multiplicadoras de Cidadania (JMCs) formadas pela Themis participaram da 6ª Conferência Municipal da Juventude, em Porto Alegre. O evento, que tinha como tema “Reconstruir no presente, construir o futuro”, reuniu uma série de demandas para a implementação das políticas voltadas para jovens no âmbito municipal. As jovens ela

Divididos em grupos de trabalho, os cerca de 180 participantes discutiram temas como direito à diversidade e igualdade, trabalho e renda e sustentabilidade e ambiente. A JMC Hellen Fonseca participou de uma série de discussões. Em parceria com jovens da Lomba do Pinheiro, conseguiram aprovar demandas voltadas à segurança da juventude no transporte público da Capital. Mas a estudante de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) critica a pouca divulgação do evento: “Foi muito impactante ver o quão precarizada foi a divulgação de um evento tão importante para a juventude do nosso município, no qual os jovens deveriam ter o protagonismo, principalmente, a juventude da periferia de Porto Alegre, que já é constantemente invisibilizada.”

Luiza Soares, 20 anos, JMC em formação – em 2023, o curso de formação de JMCs está em sua 7° edição – e integrante do movimento Slam Levante, participou do GT que tratou do direito à sustentabilidade, ao meio ambiente, ao território e à mobilidade. “Fui preparada para abordar questões de transporte na Lomba do Pinheiro, apresentei algumas evidências de paradas insalubres e de ônibus com defeitos graves. Separei, por exemplo, um vídeo da linha Bonsucesso andando com a porta aberta,  algo que, além de oferecer risco, impossibilita os deficientes de acessarem, pois a rampa não desce. Meu objetivo foi era levar essas situações e dissertar como isso fere nossa dignidade em diversos sentidos e priva nosso direito de ir e vir, abordar como o transporte precário prejudica diversos aspectos do morador de periferia, incluindo a educação, o trabalho e o direito à justiça. Nesse sentido, consegui concluir meu objetivo, discutindo com os outros participantes do GT e levando propostas de iluminação nas paradas e pavimentação das ruas onde as mesmas estão inseridas”, conta a estudante.

Além disso, conta, foi debatida a falta do passe livre durante a eleição para o Conselho Tutelar, em 1º de outubro, bem como estratégias para a volta do meio passe e a isenção de passagem para jovens de baixa renda. Na seara ambiental e do direito ao território, Luiza explica que foram apresentadas propostas para promover um espaço de paz dentro dos bairros periféricos: “São ideias para que os jovens possam ter acesso ao lazer com segurança, sem precisar se locomover a grandes distâncias, e também promover ferramentas de preservação do aspecto ambiental dos territórios periféricos”. 

Hellen foi eleita delegada, e Luiza, suplente. Assim, agora, com as demandas compreendidas como prioritárias pelos jovens, as JMCs irão representar Porto Alegre nas discussões e votações para deliberação das políticas públicas voltadas para o setor, que ocorrem tanto em âmbito estadual quanto nacional.