Themis apoia manifesto e relatório “Mulheres em Tempos de Pandemia”
A Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos apoia o manifesto e o relatório “Mulheres em Tempos de Pandemia: os agravantes de desigualdades, os catalisadores de mudanças”, lançados nesta segunda-feira (13/4) pela Think Olga em parceria com a Think Eva. “Se nada for feito agora, o mundo em que as mulheres sobreviventes da crise humanitária residem não se parecerá em nada com aquele que elas demoraram décadas para construir”, ressalta o manifesto. Já o relatório aborda os principais desafios das mulheres frente à atual crise econômica e de saúde, bem como possíveis caminhos que estão fazendo a diferença no mundo.
Confira abaixo um trecho do relatório:
“A chegada do coronavírus tem trazido uma transformação completa da forma como vivemos, nos relacionamos e trabalhamos. Os dados mudam a cada hora e estamos todas e todos sem muitas respostas para a maioria das questões que se apresentam. Todos serão impactados direta e indiretamente pela pandemia. No entanto, mesmo em meio ao desconhecimento do que está por vir, uma coisa já está clara: o abalo sentido pelos grupos mais vulneráveis, especialmente as mulheres, será maior, mais profundo, mais complexo e certamente mais duradouro.
A Think Olga e a Think Eva existem para criar impacto positivo na vida das mulheres por meio de soluções inovadoras. Para alcançar este objetivo, nos dedicamos a conhecer a fundo a realidade de um problema para poder enfrentá-lo de forma efetiva e oferecer possíveis respostas. Este é o objetivo deste relatório: servir de radar, trazer informações de qualidade relevantes à perspectiva de gênero sobre a atual crise mundial, provocada pela COVID-19. Reunimos os problemas centrais – Violência, Saúde e Economia e Trabalho -, que, no contexto atual de crise, necessitam da nossa total atenção.
Segundo o documento ‘Gênero e Covid-19 na América Latina e no Caribe: Dimensões de Gênero na resposta’, publicado pela ONU Mulheres no dia 20 de março, ‘enfrentar uma quarentena é um desafio para todos, mas para mulheres em situação de vulnerabilidade pode ser trágico. No Brasil, onde a população feminina sofre violência a cada quatro minutos e em que 43% dos casos acontecem dentro de casa, essa preocupação é real’.
Mais de 13 milhões de pessoas no Brasil sobrevivem abaixo da linha da pobreza, com uma renda média de até R$ 145 mensais. Entre essas pessoas, uma grande maioria é composta por mulheres, negras, mães, chefes de família que sustentam seus lares sozinhas. Pensar em populações mais atingidas por uma crise sanitária e econômica, portanto, é pensar em mulheres negras e de baixa renda. É pensar em mães solo. É pensar em trabalhadoras domésticas e enfermeiras, que neste momento, são a linha de frente de cuidado – com os outros – e de enfrentamento da pandemia.
Este relatório busca ser uma ferramenta para que você conheça as consequências da pandemia na vida das mulheres, hoje e no longo prazo. Mas, acima de tudo, acreditamos que, ao trazer a dimensão do problema com informação de qualidade, podemos também pensar e propor soluções para preservar os direitos e a vida das mulheres no futuro próximo.”
Acesse aqui o manifesto
Acesse aqui o relatório completo