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28/6: Orgulho LGBTQIA+ e a importância da representatividade na política

Neste 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, queremos falar sobre a importância da representatividade da comunidade na política. Participar e ocupar este e outros espaços de poder é fundamental para assegurar novas conquistas na pauta LGBTQIA+, combater a LGBTfobia e aumentar a diversidade e pluralidade nos espaços de tomada de decisões.

A revista Gênero e Número revelou dados do mapeamento de Pré-Candidaturas LGBT+, realizado pela organização #Vote LGBT, em parceria com a ABGLT e Victory Institute. É a primeira vez que uma pesquisa com pré-candidaturas que se autodeclararam LGBT+ é realizada no Brasil.

Foram encontradas 210 pré-candidaturas LGBT+ de diferentes espectros políticos e regiões do Brasil, entre abril e junho de 2022. Analisados pela revista, os dados mostram que as pré-candidatas mulheres trans estão mais articuladas para as eleições de 2022 do que outros quadros. Elas representam 30% das pré-candidaturas de mulheres LGBT+ e são as que mais formaram equipes de campanha (78% das mulheres trans já começaram) e mais negociaram recursos com partidos (72%).

Já entre homens trans, a movimentação ainda é menos intensa. Eles são 10% dos pré-candidatos homens LGBT+. Apenas 37% deles já negociaram recursos com os partidos e são 13% os que já negociaram algum recurso financeiro. Além disso, são os que menos conseguiram apoio político (38%) e menos formaram equipes de campanha (50%). 

Outro achado da pesquisa é a análise da distribuição de candidatos/as LGBTs por gênero, raça e orientação sexual por linha partidária. O mapeamento mostra que as pré-candidaturas, em sua maioria, se declaram como preta (86), como branca (76), como parda (44) e como indígena (4). Ainda que a maioria das pré-candidaturas LGBT+ estejam presentes em partidos de esquerda (83%), entre as pré-candidaturas negras (pretos + pardos), 19% estão em partidos de centro e direita, em comparação com 14,5% das pré-candidaturas brancas e 0% das indígenas.

As eleições de 2020 marcaram a primeira vez que candidaturas negras superaram a de brancos, mas isso não se reflete na eficácia eleitoral de pessoas negras, sejam LGBT+ ou não, que ainda não são a maior parte dos eleitos. 

Sobre o gênero com o qual as pré-candidaturas se identificam, a pesquisa revelou: mulher cis (73), homem cis (69), mulher trans (32), travesti (17), homem trans (8), não binária/o/e (5), transvestigenere não binárie (1) e outros (5). De acordo com a análise da Gênero e Número, realizada por Gabriele Roza e Vitória Régia da Silva, chama a atenção que pessoas trans sejam as que proporcionalmente estão mais presentes em partidos de centro e direita:  37% dos homens trans estão nesse espectro, seguidos por 34% das mulheres trans e  20% das pessoas não binárias. Já as mulheres cisgênero são 11%. 

A pesquisa também revelou os cargos para os quais os mapeados LGBT+ estão se candidatando: Deputado Estadual (112), Deputado Federal (81), Deputado Distrital (11), Senador (4) e Governador (2).  Além disso, os 5 principais partidos políticos das pré-candidaturas são PSOL (66), PT (54), PSB (23), PDT (18) e  REDE (10).

Clique aqui para acessar o mapeamento na íntegra.


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