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Alunas da 18ª turma de PLPs participam de Alfabetização Digital para as Práticas Cotidianas e Jurídicas

A informática e os recursos tecnológicos podem ser aliados na busca e na garantia de direitos. Com esse objetivo, a Themis promoveu uma oficina de aprendizagem sobre Alfabetização Digital para as Práticas Cotidianas e Jurídicas com as alunas da 18ª turma de Promotoras Legais Populares (PLPs). A aula aconteceu no último sábado (4/6), em um laboratório da UniRitter pelos professores Vanessa Kopp, da Pedagogia, Letras e Psicologia, Nícolas Michellon Pereira, do Direito, e Vinicius Cassol, de Jogos Digitais. Três estudantes de Direito participaram da oficina como monitores.

Um dos objetivos era mostrar para a turma, composta por alunas dos 24 aos 80 anos, o acesso às redes sociais e de tecnologia. Entre os conteúdos, foi trabalhado como fazer um boletim de ocorrência e como participar de uma audiência online, assim como a utilização das plataformas digitais nas quais as alunas têm aulas. A 18ª turma de PLPs é a primeira cuja metodologia foi adaptada para o formato híbrido, com aulas presenciais e virtuais. Ao dar início à oficina, os professores perceberam a necessidade de ensinar também sobre o manuseio do teclado do computador, por exemplo. 

“Observamos que muitas delas estão tão acostumadas com o celular que têm dificuldades em utilizar o teclado do computador. É libertador esse momento de aprendizagem. Elas diziam: ‘agora eu não preciso mais do meu filho, eu mesma vou poder fazer as coisas que eu preciso’ “, conta a professora Vanessa.

 

 

 

 

 

 

 

 

Entre as alunas mais animadas com a aula estava Elizabete Lopes da Silva, 62 anos. Moradora da Cruzeiro, Bete, como é conhecida na comunidade, teve poucas oportunidades de acessar um computador. Na oficina, foi apresentada à tecla Caps Lock, para colocar as letras maiúsculas e minúsculas no Word – um recurso corriqueiro para quem é familiarizado com o computador, mas uma conquista e motivo de alegria para ela.

“Já tinha até olhado um computador, mas nunca tinha mexido. A minha vontade de aprender é imensa. Entendi como procurar no Google as leis, como usar a internet para encaminhar um registro de violência [Delegacia online] para uma pessoa e como preencher os dados das pessoas delas no sistema. Para mim, foi só o primeiro passo”, conta Bete, que fez várias anotações e espera pela próxima oportunidade de poder acessar o computador.

A ativista também guarda anotadas, em um caderninho, questões sobre informática e sobre direitos para perguntar aos professores nas próximas aulas presenciais. “Esse curso está sendo muito importante para mim, pois estou aprendendo a cada dia. Nunca podemos dizer ‘já aprendi tudo’. Quer coisa melhor na vida das pessoas do que estar em um curso com tantas informações novas e em contato com mulheres de vários lugares? Ali a gente fica sabendo informações de muitas pessoas. Passamos muito conhecimento umas para as outras”, afirma a futura PLP.

 

A professora Vanessa considera que foi possível avançar para além do que estava previsto no plano da oficina: “O mais significativo é que as alunas puderam se sentir participativas no seu processo de aprendizagem. O curso de PLPs é um processo libertador de aprendizagem e de vida, na medida em que elas se tornam importantes dentro da sua família e da sua comunidade”.

O  18º Curso de Formação de Promotoras Legais Populares é uma realização da Themis em parceria com a  UniRitter e GEEMPA, com apoio da Ford Foundation.


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