Trabalho doméstico é tema de colóquio no Rio de Janeiro
As mulheres são cerca de 95% da força laboral doméstica na América Latina. Neste cenário, é frequente não só o desrespeito de direitos trabalhistas, mas também a violação de direitos humanos, a violência em todas as suas formas e o tráfico de pessoas.
O tema foi abordado no Colóquio “Estudo CAP – Projeto Mulheres, Dignidade e Trabalho”, que ocorreu no último dia 16, na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A atividade teve o objetivo de ampliar a discussão sobre o estudo de conhecimentos, atitudes e práticas (CAP) presente na sociedade civil sobre a valorização do trabalho doméstico, que foi apresentado pela consultora Thays Monticelli.
A programação contou ainda com a discussão sobre o “Movimento Feminista e Trabalho Doméstico: políticas, alianças e desafios”, com a presença de Luiza Batista, da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD), e Louisa Acciari, da UFRJ. O evento também teve a participação de Mary Castro, organizadora do livro “Muchachas No More: Household Workers in Latin America and the Caribbean”, um marco na literatura sobre trabalho doméstico, juntamente com Elsa Chaney, para contribuições referentes aos estudos sobre o trabalho doméstico no Brasil. A obra completou 30 anos de publicação.
O evento faz parte de uma das etapas do Projeto “Mulheres, Dignidade e Trabalho”, realizado pela Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, em parceria com a CARE Internacional e a Agência Francesa de Desenvolvimento, e apoio da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD), que busca contribuir na melhora da situação das trabalhadoras domésticas no Brasil, com o fortalecimento de suas organizações, o desenvolvimento e formação em direitos e capacitação profissional e também apoiar a inserção política a nível local, nacional e regional dessas profissionais. Com este projeto, as trabalhadoras domésticas terão a oportunidade de profissionalizar seus serviços e dar passos concretos para renegociar as condições de trabalho a partir de critérios mais justos e igualitários, além de fortalecer sua autonomia organizativa.