A recriação da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres (Secretaria da Mulher), anunciada pelo governador Eduardo Leite nesta quarta-feira, é fruto da forte pressão do movimento de mulheres. O retorno da pasta responde a uma demanda urgente por políticas públicas de enfrentamento à violência e à desigualdade de gênero.

No entanto, o anúncio ainda carece de garantias concretas. O governo não definiu quem comandará a secretaria, e sua criação depende de aprovação legislativa. Mais que simbolismo, é preciso assegurar estrutura, orçamento e equipe técnica qualificada. Após quase uma década sem uma pasta exclusiva para mulheres, há um passivo institucional que requer mais do que promessas. É preciso garantir que a estrutura tenha orçamento suficiente, pessoal dedicado e independência para coordenar ações como o enfrentamento à violência, apoio às vítimas e programas de empoderamento.

A Themis e as organizações de mulheres do Estado seguirão atentas, cobrando que a nova secretaria implemente políticas articuladas, com presença regional e resultados mensuráveis para garantir a vida das mulheres gaúchas.