Projeto Borboleta: solenidade marca entrega de certificados de curso profissionalizante
Na tarde desta terça-feira (10/9), cinco mulheres do Projeto Borboleta, vinculado aos Juizados da Violência Doméstica da Comarca de Porto Alegre, receberam os certificados de conclusão do Curso Profissionalizante de Técnico em Enfermagem.
A iniciativa é resultado de uma parceria do projeto com a Themis, a Escola Profissional da Fundação Universitária de Cardiologia e com o Ministério Público do Trabalho (MPT). A cerimônia de entrega ocorreu durante a reunião semanal do grupo de acolhimento às mulheres vítmas de violência doméstica, nas dependências do Foro Central I, na capital gaúcha.
O acesso gratuito a cursos profissionalizantes é parte de uma série de ações voltadas para a qualificação profissional e a geração de renda para essas mulheres. O objetivo é auxiliar na retomada de suas vidas, indo além da simples cessação da violência e da punição dos agressores.
De acordo com a psicóloga do projeto, Aline Vettorazzi Del Fabbro, o momento é de celebração pela superação das dificuldades enfrentadas até a conclusão do curso. “São muitas as vulnerabilidades que essas mulheres enfrentam e, muitas vezes, se acumulam ao longo do tempo. Elas vão superando isso no dia a dia. A inserção no mundo acadêmico, que entendemos como um passo para a cidadania, abrirá novas portas. Do ponto de vista emocional, isso trará um sentimento de empoderamento, aumento da confiança e autoestima, que é o que realmente buscamos”, afirmou a psicóloga.
A diretora da Escola Profissionalizante do Instituto de Cardiologia, Rita Timmers, destacou a importância deste momento, que começou em 2022. “Concluir o curso aqui, neste espaço dedicado a elas, não só celebra essa conquista, mas também serve como um estímulo para outras mulheres presentes a buscarem sua independência econômica por meio da profissionalização”, avaliou.
“Não foi fácil, mas consegui vencer e estou muito feliz por ter chegado ao final. É um privilégio participar de um projeto que me proporcionou um curso que me qualifica para ter uma profissão, e isso é muito importante para mim, na verdade, é importante para todas nós.” Esse foi o relato de Gislaine, de 46 anos, que ingressou no projeto durante a pandemia, em 2020. Vítima de violência doméstica, ela sofria agressões de seu filho, que hoje tem 24 anos.
Para a formanda Andréia, de 51 anos, a busca por ajuda do grupo foi motivada pela violência psicológica e física causada pelo ex-companheiro. “Aprendi que das dificuldades também podem surgir oportunidades. Hoje, estou vivendo um momento que desperta muitos sentimentos, mas, acima de tudo, sinto conquista e superação”, conclui Andréia.
Implementado há mais de 10 anos pela Juíza Madgéli Frantz Machado,
Coordenadora do projeto nos Juizados da Violência Doméstica em Porto Alegre, o Projeto Borboleta ganhou o reconhecimento nacional no combate e prevenção da violência contra a mulher, tendo sido agraciado com o Prêmio Innovare, em 2023.
Texto: Assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul
Fotos: Juliano Verardi / DICOM TJRS