A Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos declara repúdio à violência política de gênero dirigida às deputadas federais Célia Xakriabá (PSOL-MG), Érika Kokay (PT-DF), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Juliana Cardoso (PT-SP), Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ) e a tentativa deliberada de intimidar a atuação das mulheres na Câmara dos Deputados. 

Na semana passada, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara de Deputados, acatou o pedido do PL e abriu processo de cassação contra as seis deputadas. A representação do partido tem como base os discursos das deputadas com críticas aos colegas durante a votação do PL 490, que trata sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas. 

Lira aceitou o pedido do PL com brevidade, mesmo havendo solicitações mais antigas contra parlamentares homens, que estão paradas na Mesa Diretora. Vale destacar que, embora as mulheres ocupem apenas 18% das cadeiras na Câmara dos Deputados, elas representam 63% dos parlamentares que enfrentam processos de cassação de mandato no Conselho de Ética.

Todas nós, mulheres, sabemos o que é violência, tão comum no nosso cotidiano. Quando acontece na vida política, isso tem nome: VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO. Essa violência pode acontecer com eleitoras, candidatas, mulheres eleitas ou com qualquer mulher no exercício de seus direitos políticos. A Themis se manifesta publicamente para se somar às iniciativas de denúncia dessa estratégia de desencorajar as mulheres de participar da construção da equidade de gênero na cena política e na ocupação dos espaços de poder.

Enquanto organização feminista e antirracista, a Themis entende que a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados deve reconhecer como violência política de gênero os ataques desferidos contra as deputadas federais e não aceitar o andamento do processo, que representa uma grave ameaça à democracia brasileira. 

Às deputadas federais ameaçadas de cassação, toda nossa solidariedade!

Assine o manifesto contra a cassação dos mandatos: samiabomfim.com.br/naoacassacao/

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