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Autocuidado e vivências: Themis promove oficinas de autocuidado para Promotoras Legais Populares

O objetivo das oficinas é possibilitar um momento de encontro e troca de experiências entre as PLPs

       A saúde mental da mulher é fundamental para que ela consiga desenvolver todas as atividades as quais é demandada em seu dia a dia. Fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais influenciam diretamente na saúde ou no adoecimento da população. A desigualdade de gênero, o machismo, a violência doméstica e sexual e tantas outras violências contra a mulher agravam esse adoecimento.

         Mas afinal, você sabe o que é autocuidado? A psicóloga e sócia da Themis, Simone Cruz, explica que o autocuidado está diretamente relacionado a um cuidado coletivo, permitindo que não seja refletido e vivenciado somente um cuidado pessoal, de bem estar físico, mental e espiritual mas também coletivo e institucionalizado. “O tema do autocuidado tem sido debatido no âmbito dos movimentos feministas e de mulheres negras desde os anos 80, não exatamente com essa nomenclatura mas como uma forma de fortalecimento de alianças entre as ativistas”, explica.

“Diante do contexto político que estamos vivenciando, que

releva as desigualdades, sobretudo para as mulheres

negras e indígenas, é primordial fomentar o debate sobre

esse tema”

– Simone Cruz, psicóloga e sócia da Themis.

           Atenta à essa realidade, a Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos está promovendo encontros de autocuidado para as Promotoras Legais Populares de Porto Alegre e Região Metropolitana. Tal iniciativa se insere no escopo do fortalecimento das Promotoras Legais Populares formadas pela Themis, que conta com o apoio financeiro do Ministério Público do Trabalho.  A demanda de cada região foi analisada através de encontros prévios entre as Promotoras e a psicóloga, Fabiani Moraes, profissional que está prestando consultoria para a Themis. “Estes encontros tiveram como foco a realização de um diagnóstico institucional, buscando entender as demandas de cada região. Com esses dados, desenhou-se oficinas específicas para cada uma delas”, explica Fabiani.

        Simone também destaca a importância de se aprofundar o debate sobre segurança em seus diferentes contextos, como, por exemplo, segurança física, digital e institucional. “Diante do contexto político que estamos vivenciando, que releva as desigualdades, sobretudo para as mulheres negras e indígenas, é primordial fomentar o debate sobre esse tema”, enfatiza Simone.

           As oficinas ocorrerão, entre os meses de junho e julho nos bairros de Porto Alegre:  Restinga, Lomba do Pinheiro, Cruzeiro e na Zona Norte da capital gaúcha, no Eixo Baltazar. Na Região Metropolitana, a atividade ocorrerá no bairro Guajuviras, em Canoas. As oficinas serão fechadas para as Promotoras Legais Populares para que elas tenham um lugar de escuta, autocuidado e integração entre si. A única oficina que será aberta para a comunidade será o encontro realizado no bairro Cruzeiro, no dia 13 de julho, das 14h às 17h. O tema do encontro será “Ser Mulher: proteção e cuidado pela vida” e abordará sobre o significados de ser mulher na atualidade, as formas de violências que enfrentam no dia a dia e o papel das PLPs como agentes de cuidado. A oficina tem por objetivo movimentar a rede, mobilizar as Promotoras Legais Populares e apresentar o Serviço de Informação à Mulher (SIM) para a comunidade.


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