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Themis debate sobre mídia e violência contra a mulher com jornalistas

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No último sábado (05), a coordenadora da Themis: Gênero, Justiça e Direitos Humanos, Lívia de Souza, debateu sobre o trabalho da mídia nos casos de feminicídios relatos na imprensa e como o quarto poder trata a pauta feminista. A Promotora Legal Popular Carmem Silva também participou da roda de conversa e explicou como é a sua atuação junto à comunidade e o impacto que a imprensa causa nesta parcela da população. O evento foi organizado pelo grupo Gemis- Gênero, Mídia e sexualidade.

Para a coordenadora da  Themis, a imprensa precisa compreender melhor as questões que envolvem a violência de gênero. “É necessário uma sensibilidade muito maior para tratar do assunto. Existem situações que a mulher sofre uma agressão física tão desmedida e tão brutal que desperta uma curiosidade excessiva da imprensa e da opinião pública. E então começa a espetacularização do caso e está mulher volta a sofrer um novo tipo de violência. Já pararam para pensar porque ninguém pergunta para o agressor porque ele bateu, mas todos acham normal questionar a vítima o que ela fez para apanhar? Isso é cultura da violência e a imprensa precisa mudar seus paradigmas para realmente romper com esse padrão, do contrário, seguirá perpetuando essa violação”, relatou Lívia de Souza, que saudou a iniciativa do evento do Gemis.

A PLP Carmem Silva falou sobre sua atuação no bairro Restinga e as mudanças que o curso da Themis trouxe para a vida dela e da comunidade. “ Para ser PLP tive que primeiro enfrentar uma resistência já dentro da minha casa. Como sair na hora da janta para ir falar de feminismo e direitos humanos para outras mulheres da comunidade? Vai um pouco antes do jantar, ou talvez depois, mas impossível não é. Deixava a comida da família pronta e ia para rua conversar com as outras mulheres e meninas da Restinga sobre empoderamento. Lá, quando ouvimos alguma vizinha chamando por socorro ou gritando todo mundo vai a procura de uma Promotora Legal Popular para amparar essa mulher. Não somos tratadas como fonte pela imprensa porque sempre somos procuradas para dar o contato de alguma mulher já viveu uma situação de violência e isso nós não fazemos. Existe uma relação de confiança conquistada com muito trabalho e cuidado entre a PLP e a vítima, não apoiamos esse tipo de conduta, pelo menos não enquanto a imprensa não compreender o tom e a responsabilidade que deve tratar essa pauta”, disse.

Texto e foto: Rita Barchet
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