Há 25 anos na defesa e promoção dos direitos das mulheres

Caso mais longo de trabalho análogo à escravidão é revelado no Rio

Neste 13 de maio, data em que se completam 134 anos da assinatura da Lei Áurea, que extinguiu oficialmente a escravidão no Brasil, a revelação do caso mais longo de trabalho análogo à escravidão desde que o país criou o sistema de fiscalização desse ​​tipo de crime mostra que ainda há muito a avançar. A começar pelo registro histórico da abolição, uma luta protagonizada pelo povo negro, mas que segue falsamente atribuída a uma concessão da realeza.

Em pleno ano de 2022, os casos de trabalho análogo à escravidão ainda são recorrentes, especialmente entre mulheres negras que atuam como trabalhadoras domésticas. A idosa negra de 84 anos foi resgatada no Rio de Janeiro após 72 anos trabalhando como empregada doméstica para três gerações de uma mesma família, de acordo com informações da coluna de Leonardo Sakamoto, no UOL (leia a matéria em bit.ly/trabdomesc).

Durante sete décadas, ela cuidou da casa e de seus moradores todos os dias. Serviu três gerações da mesma família sem receber nenhum salário e sem a possibilidade de acessar seus sonhos, como destaca a presidente do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Nova Iguaçu (RJ), Cleide Silva Pereira Pinto.

“A Fenatrad e seus sindicatos abraçaram essa bandeira de luta, com campanhas para denunciar esse tipo de trabalho análogo à escravidão. Graças a essa luta, que envolve o Ministério Público do Trabalho e outros parceiros, como a Themis, as pessoas estão tendo a coragem de denunciar quando sabem que alguém está nessa situação. Esperamos descobrir cada vez mais esses casos gritantes e absurdos, pois ainda vivemos em um tempo no qual a elite escraviza as mulheres pretas trabalhadoras domésticas. São pessoas que estão dentro das casas, perdendo a vida dentro da casa de pessoas que não têm um pingo de sensibilidade com o outro, perdendo sua família, sem direitos e privadas de poder conquistar seus sonhos”, afirma Cleide, que também é integrante da diretoria da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad).

​​A revelação deste caso indignante ocorre em meio a uma ampla mobilização contra o trabalho doméstico escravo. A Themis reafirma seu compromisso com essa luta neste 13 de maio, ressignificado como Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo. Se você tem conhecimento de um caso semelhantes, denuncie pelo Disque 100 ou pelo site https://ipe.sit.trabalho.gov.br/


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